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TIPOS E FIGURAS DE CRISTO E DE SEU MINISTÉRIO NO ANTIGO TESTAMENTO

Por Marco Sousa
 
"Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" - João 5:39

Existem figuras e tipos humanos de Cristo na Bíblia Sagrada ou isto é invenção de "meia dúzia" de pregadores modernos?

No texto bíblico do antigo testamento, Deus se utilizou de símbolos, de figuras, alegorias e até mesmo de personagens humanos (ELE é soberano) para representar pedagogicamente a sua obra redentora diante dos homens. A didática de Deus foi bastante eficaz. O cordeiro pascal seria substituído pelo cordeiro genuíno de Deus (o nosso mestre Jesus) e o culto levítico e o tabernáculo seriam as sombras (o projeto desenhado) do plano da redenção. Assim o maná que desceu do céu era o tipo de Cristo, o pão vivo que desceu do céu para alimentar a alma dos homens. São vários os tipos, as figuras e as sombras que refletem no antigo testamento a realidade e a glória revelada aos crentes no novo testamento.

Existem também os tipos humanos de Cristo na Bíblia Sagrada, isto é, homens cujo modo de vida ou acontecimentos específicos de sua história prefiguram a trajetória de Cristo. Cabe mencionar que isto se dá somente naquilo que tais personagens não pecaram. No decorrer da história da igreja cristã este tema foi abordado diversas vezes, todavia nos últimos anos tem surgido alguns grupos de céticos nas redes sociais, os quais possuem interesse direto e objetivo em desqualificar outros grupos cristãos, ainda que para isto seja necessário pisotear o texto sagrado e a história do cristianismo.

Certamente o caro leitor deve ter em mãos alguma versão antiga da Bíblia Sagrada na versão Almeida Revista e corrigida (A versão de 1967 por exemplo) - Esta versão tem mais de trezentos anos e segue o modelo dos tradutores mais antigos e fiéis a Deus que seguem por tradição o hábito de colocar subtítulos nos textos bíblicos para facilitar a leitura. Notem que alguns salmos de Davi que falam de sofrimento possuem o seguinte subtítulo: "Os sofrimentos do salmista prefiguram o sofrimento do Messias" ou subtítulos do tipo "O messias sofre, mas triunfa" - "As vitórias do salmista prefiguram as vitórias do Messias". Estamos diante de algumas tipologias percebidas pela igreja de Cristo ao longo da sua história e ratificadas pelos crentes depois da reforma protestante e espalhadas em larga escala pelos homens que Deus levantou para divulgar o texto bíblico mundo afora, com suas milhares de traduções.

Alguns crentes lêem meia dúzia de cartilhas de seus autores preferidos, "estufam o peito" e saem pelas redes sociais falando bobagens. O cristão precisa ser sóbrio e precisa estabelecer seus julgamentos segundo o modelo de Cristo (Vide João 7:24). No texto supracitado o sentido do termo julgar (no original grego) refere-se ao ato de submeter as questões a um exame criterioso, porém justo, como o mestre menciona. Tenho visto que o exame feito por alguns é bastante rigoroso, porém, completamente tendencioso e injusto. Em algumas vezes o julgamento aparece eivado de desonestidade intelectual. O nosso grupo de estudos bíblicos tratou deste mesmo tema em um passado recente.(Confira a postagem).

Há pregadores que não gostam e não usam tipologias. Há outros que fazem uso exagerado delas. Se o caro leitor não havia reparado isto, seja bem vindo ao mundo dos pregadores e da liberdade cristã, mas não tente sabotar a liberdade do seu próximo. A Bíblia Sagrada está carregada de tipologias e figuras de linguagens. O autor dela a inspirou desta forma, fazendo dela o livro mais magnífico disponível entre os homens. Tudo está bem casado, bem ajustado e bem relacionado nela. Compare o sacerdócio universal dos crentes previsto na carta aos Hebreus com o culto levítico e veja os resultados da metodologia pedagógica de Deus (►Confira a postagem).  

Se por um lado o livre exame das escrituras e o conhecimento da vertente teológica pentecostal permite ao pregador cheio do Espírito Santo e em santificação estabelecer certas pontes (transposição didática), por outro lado cabe salientar que o uso exagerado deste expediente pode desqualificar a mensagem aos ouvidos do seu publico alvo. Cabe lembrar que o fruto do Espírito gera o equilíbrio cristão na vida do pregador e edifica a igreja, sem causar divisão no meio do povo que escuta a pregação e sem desqualificar outros irmãos em Cristo que batalham pelo mesmo evangelho. Pense nisto!

Glória ao Pai, Glória ao Filho e Glória ao Espírito Santo!

Referências Bibliográficas
1 - Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Corrigida (RC) - 1967 - Imprensa Bíblica Brasileira.