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O AVIVAMENTO ESPIRITUAL NO MUNDO E A PEDAGOGIA DE DEUS

Por Marco Sousa


Texto áureo: “E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar” - Ezequiel 47:5

Verdade Prática: Somente por intermédio do movimento do Espírito Santo o mundo pode experimentar o verdadeiro avivamento espiritual.

Nas próximas linhas o nobre leitor verá a constatação de um pregador que tem ido ao púlpito nos últimos 25 anos em alguns arraiais protestantes. Esta análise se faz necessária devido aos constantes movimentos de ventos de doutrinas e "chuvas ácidas" de ideias que surgem na internet e nem sempre o leitor possui conhecimento sobre as origens de tais ideias, que muitas vezes são ostentadas por militantes antipentecostais.

Observando o texto áureo e a verdade prática (destaques acima, em vermelho e azul) percebe-se que apesar de seguir o método histórico gramatical de interpretação das escrituras, a teologia pentecostal traz em seu bojo algumas tipologias e figuras (alegorias), as quais o leitor atento perceberá que estas remetem ao modelo usado por Deus para falar ao seu povo, de forma pedagógica e inteligível em todo o tempo da história de Israel e da igreja - “Também falei aos profetas, e multipliquei as visões, e, pelo ministério dos profetas, usei de parábolas” – (Oséias 12:10), todavia, nos últimos anos virou moda os ataques frequentes do meio cessacionista tradicional a esta metodologia típica do pentecostalismo clássico. Como o meio cessacionista costuma menosprezar as escolas de interpretação bíblica do cristianismo (exceto a de Antioquia), costumam colocar a tradição pentecostal no mesmo bojo, cometendo aquilo que chamamos de desonestidade intelectual. Um dos problemas graves da doutrina cessacionista é que (além de ser antibíblica) ela precisa distorcer o texto sagrado, como também precisa destruir ou descredibilizar alguns fatos apalpáveis da história da igreja para manter-se de pé.

Certo pregador brasileiro costumava dizer que “conhecimento sem piedade não serve para a edificação da igreja”(► Confira aqui). Os estudiosos piedosos, apesar de apontarem os erros, jamais menosprezam o trabalho dos homens de Deus que se utilizaram de outros métodos ao longo da história da cristandade, os quais, apesar de sua fragilidade humana e até equívocos teológicos, carregaram a arca de Deus em seus ombros, com devoção e fidelidade. É inegável que Origenes, Agostinho e outros crentes do passado (apesar de seus erros teológicos) deixaram um importante legado histórico ao cristianismo. Podemos afirmar categoricamente que o canon está fechado, mas o Espírito Santo não está calado. Um cristão leigo, porém cheio do Espírito Santo chegará a certas conclusões que alguns homens fiéis a Cristo do passado chegaram, sem nunca terem lido seus escritos (“E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas” - 1 João 2:20 – “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” - 1 João 2:27).

Cabe mencionar que alguns pregadores avivalistas (Hudson Taylor, Jonathan Edwards e outros) também redescobriram os métodos da escola de Alexandria, a antiga cidade dos homens eloquentes, de onde Apolo viera (Atos 18:24), todavia estes heróis da fé do mundo pós reformado foram avivados e lapidados pelo Espírito Santo e suas biografias contradizem de forma radical e aniquiladora os grandes expoentes atuais do mundo reformado cessacionista. Um exemplo disto é a vida de Jonathan Edwards. O pregador avivalista foi expulso da igreja de Northampton (EUA) a qual ele havia pastoreado durante 21 anos e dos 250 membros da igreja, 230 votaram pela sua exclusão imediata. O pregador e pastor foi excomungado, por causa de uma questão relacionada à ceia do Senhor, na qual ele cria que não se devia dar a ceia a qualquer um, mas a igreja local tinha um pensamento diferente. Jonathan Edwards foi chamado de caído e outros nomes pejorativos por seus antigos companheiros calvinistas. Nenhuma igreja da América o aceitou, exceto uma igreja humilde entre os índios moicanos. Foi ali que o ministério de Jonathan Edwards floresceu e deu frutos para o mundo. Às margens dos riachos ele começou a apresentar o Cristo, como a fonte das águas vivas aos índios moicanos. Uma nova metodologia jorrava do púlpito da igreja, como torrentes de águas vivas e mais tribos de moicanos se ajoelhavam diante de Cristo. Mais tarde as igrejas que o expulsaram foram obrigadas a recontratar seus serviços como ministro do evangelho, por falta de pastores. O mundo dá voltas e a agenda de Deus tem planos, os quais os tolos que menosprezam o agir do Espírito Santo jamais entenderão.

Muitos missionários transculturais fazem uso daquilo que muitos pregadores chamam de “métodos alexandrinos” quando precisam explicar o evangelho a povos de línguas e culturas diferentes, os quais não possuem o texto sagrado e sequer sabem da existência de Cristo. Diante dos fatos acima mencionados utilizarei o mesmo método usado por Jonathan Edwards entre os índios moicanos, para comentar o texto áureo da lição, fazendo a transposição didática do mesmo e sua aplicação prática na vida da igreja.

Tomando o texto de Ezequiel 47:3-5 nota-se que o Senhor fez o profeta andar dentro do ribeiro, enquanto se media a profundidade das águas, de acordo com a distância andada. Esta é a maravilhosa pedagogia de Deus. Nos primeiros mil côvados as águas lhe molharam os artelhos, depois os joelhos e depois o rio só se poderia atravessar a nado. Isto é semelhante à nossa caminhada com Deus, na qual sentimos o mover e o refrigério do Senhor na caminhada, todavia quando os joelhos são envolvidos nos tornamos homens de oração. Logo quando as águas estão sobre os lombos, Deus domina todas as nossas emoções, quando mergulhamos mais adiante e não podemos tomar pé, é quando o Espírito Santo tem total domínio das nossas vidas e podemos dizer: “Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim”. O mergulhar do cristão na fonte de Deus, lhe faz dessedentar a alma. Quando o servo de Cristo chega neste estágio é sinal claro de que ele está bastante distante da liturgia oca do mundo cessacionista!

Glória ao Pai, Glória ao Filho e Glória ao Espirito Santo!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Nota Importante: O Grupo de Estudos Bíblicos Doutrina Fiel utiliza as lições bíblicas da CPAD pelo fato da referida publicação trimestral zelar pela sã doutrina e apresentar base bíblica sólida em seus estudos sistemáticos. Cabe mencionar que as lições da CPAD têm sido uma das principais ferramentas de formação de crentes zelosos pela palavra de Deus em território brasileiro nos últimos 70 anos.

Bíblia Sagrada - Edição Revista e Corrigida Fiel - João Ferreira de Almeida - 2011

Revista “Lições Bíblicas CPAD” - Adultos - 1º Trimestre 2023

O autor fez uso da biografia de Jonathan Edwards e de palestras ministradas pelo missionário e escritor Ronaldo Lidório, para a confecção deste texto.